quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Os não da mão

Mortas palavras
que minhas mãos darão o fôlego de vida
Ressuscitem vocifero
Elas nem têm o dever de reagir:
Algumas agonizam, outras suspiram
e outras ainda gritam no canto das unhas
E vão embora.
Desfalcadas
Nenhum sucesso
Nem ao menos consegui feri-las
Olho para minhas mãos ensanquentadas
Ah! perniciosas palavras navalhas
Que ressurgem em minhas castastróficas mãos.
até outro ensejo...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Oração à mãe Lispector

Ti levar é ficar nu,
ler é ver-te nua.
E caminhar pausadamente
Em um chão que se abre
Inevitavelmente sem salvação
IT e macabéa
Contemplam
a barata nas origens luminescentes da escuridão:
Experimente!
Relincha o cavalo amarelo dentro da cidade sitiada
Que lanças lustres
De corações selvagens nos livros dos prazeres:

Primeiro abismo Clariciano

, a primeira vez que
me lancei para o abismo
Foi quando eu li Clarice
Lispector
Ou Ela me leu pela primeira vez
no abismo?
Sem cálculos, resultados...
Apenas o NADA:
Apesar de.

Meu eu seu

A sua suavidade
Na minha cavidade
Acalma a minha saudade
Dos sonhos
Da parte deles que me é possível
INSTRUÇÕES:
Cave um buraco no arco do coração: pense na vida: pense na morte.
Ele estará presente na presença permanente da ausência:
Espirais cuneiformes
Explosão de EUS.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Portas:

No raio da manhã decidi...
Vou fechar a porta da minha vida para você.
Que desastre!
A porta de trás estava escangarada:

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Instante iluminado

Desejei. Sumir por um instante,
Mergulhar no nada e preencher meu vazio.
Sumir. Desejei por um instante.

A sua existência em mim é tão forte
Que por mais que você morresse, continuava vivendo aqui
Como o nada que nunca se acaba.

Anseio. Saciar o meu desejo carvão.
Ponto crucial das cavernas. Ligação acima do tempo e espaço.

Força. Que força é essa que alimenta você em mim
Você em mim. Único gelado e petrificado.

Odeio. Por não combater a vida com todas as forças
Raiva. Por não dizer o não dito: maldito


A dor me escala. Exilado estou
Que chama é essa que irradia a angústia

Angustiado. Impotente. Caótico. Odeio-me.
Felicidade. Miragem tipicamente humana.

Milagre. Compartilhar amizades universais
Sacro. Fundir corpo e alma ao seu do mundo... coeterno

A loucura bem poderia ser um escudo
Direcionando a dor de ver sem nada pode fazer

Vinho. Solução...morte...instante impossível.
Se contorce na iluminação.

Estupidez/ Intrepidez

A doçura que não tem fim
O amor que nunca chega
A solidão solidária
Na vida diária
Em um livro como bloco monolítico
Surge e ressurge
A pedra lascada
Entre aspas
Nasce um bicho
Sempre me recusei
Sou anárquico
Amargo como mel
Desse jeito com todos os defeitos
Descobrimos quando a sabedoria chega
Pois só queremos ouvir.
E depois
Queimar-se na rapidez do abismo.

O palhaço voltou

O palhaço aço olha a palha no laço do campasso do próprio gráfico e ver:
O tempo: somos nós, eu e você
O tempo sou eu
O cerne é tempo
O tempo é você
O sintoma é o tempo
O tempo somos nós
O tempo é isto
Quase tudo
Que tempo sou eu ?
Procurei,
Procurei,
Procurei...
Não achei.
O tempo continua
Continua invisível
Continua intocável?
Continua incolor
Continua sem conceito
Continuamos imersos nele
Esse é o tempo

Desertor

Quantas lágrimas do palhaço louco, patético, patologia: deserção: defecar.
Opss... no circo prisão. Uma formiga contra rinocerontes: resisto com lágrimas no vago resisto mesmo que seja para morte. Ela é bem vinda. Eles não.
Não fazemos nada como formigas esmagadas na nossa verdadeira liberdade
Fiquemos loucos de uma vez só. O que importa é o espetáculo da revista e da antena
O ridículo. O animal indefeso . Grite: que também grito mesmo que seja para não ser ouvido. Vergonha de todo um deserto desertado. Mordaça.

VEREVER

Ouro, luz , reluz , sol
Sol, reluz , luz , ouro
Espelho e espalho
Cacos de ouro
Sangue de luz
Pulsar de reluz
Ato de sol
Espalho e espanto

(Olhe o espelho)

Ouro de cacos
Luz de sangue
Reluz de pulsar
Sol de atoEspanto

Relativida/ Relato de morte

A vida é tão quanto a morte
A morte tão quanto a vida
As duas são relativas:
Eu vivo a morte e
Morro a vida
Canto o sorriso
Sorrio a canção
Só não escrever.
Sã.

Termine você

A poesia em mim
É um surto psicótico
É um delírio rosa
É um caixão sol
È o meu corpo desejoso
Vislumbrando
Uma jocosa
Nua trans‑gres-são
Termine

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

ABRA ALAS

Um cenário luminoso
Forja uma revolta sublime:
Contra toda essa podridão do mundo.
Soluços
Inventar soluções se fazem necessários
Mobilizando os afetos
Os mais longe e fundos
Daqueles que vem do espírito
Do conhecimento
Do tirocínio.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

INTR(USO)

Um banco de praça
suspirou:
A liberdade é a que mais aprisiona.
Eu pensei...
e o amor é sagrado e ninguém sabe.
Tão sagrado que ela foi na minha vida
as 4 estações de uma vez só.

O banco me respondeu:
Amor e poesia mesmo quando acabam,
Continuam dentro ou ao lado.

Não me calei:
Por isso que até hoje falas.

Puto

Alma
nele
e corpo
quem viu?

Vi um poema
Na esquina...
Ele
prostituiu-se

Apenas
corpo
poético
devassado.