quarta-feira, 25 de março de 2009

LATA VELHA

A Edi (o poeta inquieta(dor)

Um bêbado com o CiGaRrO nA bOcA...
...É um poeta com a pena na mão.
O bêbado tRoPeÇaNdO nA pEdRa...
...É o seu poema.
O bêbado CaMbAlEaNdO...
...É a linguagem.
O bÊbadO cAiNdO e quebrando a CARA...
...É a leitura do POEMA.
Eu
chutando
lata velha
e
olhando
essa
tal
d
e
.
.
. PoEsIa

Ossuário Irresolúvel

Nas reviravoltas da vida
Quanto maior o vôo
Maior a queda
Maior também o encontro consigo:
Pó e ossos contemplam.
Ah! Difícil e desastrosa barreira
Estamos todos entregues ?
Não me interrogue
Você sabe.
A esperTeza nos espeTa.

Ramalhete

Amar lhe ter
Fóssil raro
Surge na sargeta o sujo
Da bondade do silêncio
Que por si só justiça as coisas
A coisa das coisas
Aquilo que vem das coisas
Que voa aquilo
A coisa das coisas
Palavra alada: sustos e surpresas
O ramalhete que ama se arma
Todo processo de libertação é dolorogostoso
Acertadamente no desdito do vento
Inflama-se no vulcão das coisas: rosas estilhaçadas.

Os bichos da sociedade: inépcia

Ontem eu vi um Bicho
Aliás, vi vários: Inclusive eu
Em um pátio universal
Discutiam até filosofia
Todos se entretinham
Esbanjavam comidas
Um mal-estar
Ânsia glamurosa: vômito inevitável!

(T)arde de constelações epidérmicas

A melancolia chegou com o vazio e
Implantou a vastidão no terreno do
Desejo e da paixão,
Dando muitos, muitos frutos como:
A ternura e a luxúria.
Os quais, perdemos e ganhamos no
Instante.

Mais tarde...

O domingo chegou com o buraco negro e
Implantou o universo nu no
terreno do pão e da cruz,
Dando muitos, muitos frutos fartos como:
O céu e o livro.
Os quais, caixão e filho são promessas de vida ou morte ?

Paralelamente ocorre ardendo:

À sombra do pouco suor do último beijo roxo
Vejo o último tubo do coração chumbo
Venenoso vírus.

Tardiamente!

Na escalada do caracol do céu
Brilha na água do carnaval
Semelhante a uma lâmpada na
Barbárie da calça: vento vadio. rua.

Hic Jacet gra-ti-dão: jazigo

Digo : aqui jaz um não-poeta
Logo um ensaio jazzístico
ESCAL(DANTE)
A morte me deu biz
Eu dei a ela triz
beat-triz
(Fumaça)

Morri. Pronto. Acabou.
Aqui Jazz
Isso basta?

Canta viola, trovar

Tu cantas,
Teu canto,
Encanta-me e não me cansa.
Encantado estou!
Por causa do teu: encantamento.
O teu canto
Deixou-me cantado,
Deixou-me de canto,
Canto de origem,
Canto de ser EU.
Cante para mim:
O “Cântico dos Cânticos”,
E derrame no meu cântaro,
Lavravavavá da cantaria
Quero rolar no teu cantarolar,
Quero a cantiga antiga girar,
Quero o espaço vazio do canto Gregoriano,
Pois a vida é cantilena:
Cante eu, cantes tu,
Cantes tu, cante eu.
Nós cantamos nós,
Solte os nós, solte-nos no cantarará...
Nós somos o candelabro candente de candidez do último cantar.
Cantaralá sabiá, voz quase outro lugar.
Que um dia cantarei, tu canta eu, lá, eu tu.
O canto do átimo canoro: Tucantaeu-eucantotu!

DITADO DURO

Via sacra de carnes
Via sacra de desejos
Via sacra de pensamentos
Via sacra...
Via sacra da lua que morreu de frio
Martírio de dor
Martírio de sangue
Martírio de Martírio
Martírio de morte
Mártires do Sol que morreu de calor
Crucificaram o nosso olhar
Crucificaram a nossa carne
Crucificaram o nosso desejo
Crucificaram o nosso pensamento

Só nosso.

Crucificaram nosso osso
Cruficaram o somente nosso
Crucificaram nosso nervo
Crucificaram Tudo

Uma só ânsia!

Via sacra de nada
Martírios de ridículos
Crucificados e não-ressuretos
Sangue
Semente
Plantada
No silêncio
Que explodiu
No caos
Para sermos
O que nós somos!

Quintais de MACAU

Corpo de ar
Gostosamente triangular imperfeito
Arestas sempre incômodas de SAL
Cabelos do cheiro do mangue
Ruas caudalosas soltas
Ilusões
Na jangada percorre
Minha coluna
Enterraram-me na pirâmide de SAL
No sarcófago da lama
Faraó da procissão muda

Ruínas eis o meu nome
Matriz advinda conceição
Dancei no caracol do carnaval
Ninguém jamais amou como amei
Todas vil vilezas e surtos
Caosciente
Meu corpo caiu em ti
Apavoradamente
Alucinei-me com os sóis nos neurônios
E SAL em todo corpo
MACAU MARCA